Como tradutora pública, não foram poucas as vezes que traduzi toda a documentação de passageiros que precisaram entrar na justiça para obter seus direitos, adquiridos mas não compensados, por causa de bagagem perdida ou extraviada, e outros pleitos. Como não é raro isso acontecer, os departamentos jurídicos das companhias aéreas sempre trabalharam dobrado para atender a centenas de processos. No entanto, nos últimos tempos, o excesso de ações judiciais está atingindo patamares inacreditáveis. Interessante notar que, mesmo com a facilidade de levar para dentro da cabine sua bagagem desde que não ultrapasse as dimensões estabelecidas pelas linhas aéreas, o problema não diminuiu. Em 2018, o total de ações contra as empresas aéreas abertas na Justiça foi de 64 mil. E em 2019, só de janeiro a julho, o número atingiu a casa de 109 mil. As empresas não sabem mais o que fazer ante essa enxurrada de processos, que são estimulados por startups e outras organizações de direitos do consumidor. Parece que esse é um problema de difícil solução, mais do que a alta do preço de querosene de aviação.
Outras questões jurídicas dependem do nosso serviço de tradução juramentada como, por exemplo, processos que correm na Justiça Federal ligados à Operação Lava-Jato, pois os envolvidos na corrupção acabam levando a fortuna roubada do erário brasileiro para o exterior, e é quando o tradutor público, o único autorizado para trabalhar nas questões dessa natureza, entra em ação. Uma dessas histórias, ou “causo”, conto na próxima edição.